Dentre vários
conceitos de Objeto de Aprendizagem, um que aparece com frequência em
comunicações científicas considera-o como “qualquer recurso digital que possa
ser reutilizado para o suporte ao ensino” (WILEY, 2000, p. 3). Não se trata de
nova proposta pedagógica, mas de um recurso de apoio à aprendizagem ou, por
vezes, de uma metodologia de aprendizagem para construir conhecimento
significativo e os saberes dos jovens. Como objeto digital, esse recurso possui
características como: reutilização, flexibilidade, acessibilidade,
fragmentação, dinamização, armazenamento de dados e a interoperabilidade.
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0E-XXjKRMMxUKPH5jcdWdxJHk31izlWgMh9p-pRm0WczTIkWY_Y5jFUE5TOufca5GSTkFsJgdtjN9QtcCm2NPrIgehF-tRcngph_dwWLVsW_IgzJFuhAYEcp8VpI3BGq0A9JXmLhl-J4/s400/objetos+de+aprendizagem.png
Segundo Moran,
“aprendemos pelo prazer, porque gostamos de um assunto, de uma mídia, de uma
pessoa. O jogo, o ambiente agradável, o estímulo positivo podem facilitar a
aprendizagem” (2000, p. 24). Então, este docente precisa criar um novo perfil,
uma nova identidade docente. Ele deve mediar a construção do conhecimento,
promover o diálogo entre aluno-aluno e professor-aluno e principalmente
ensiná-los a “aprender a aprender”, transformando o espaço escolar num ambiente
de aprendizagem agradável, inovador, dinâmico e flexível. “É preciso criar uma
atmosfera de confiança mútua, envolver os aprendizes num planejamento em
conjunto de métodos e direções curriculares com base no diagnóstico de suas
próprias necessidades, encorajá-los a identificar os recursos e estratégias que
lhes permitam atingir os objetivos” (MASETTO, 2000, p. 169).
A produção do
conhecimento não é linear, abrange várias direções e estabelece múltiplas
relações. Da mesma forma, não existe uma receita pronta a ser seguida para
desenvolver a aprendizagem. Durante esta produção, tanto alunos quanto docentes
vão atuar com acertos e erros, ensinando e aprendendo, visando compreender os
labirintos da aprendizagem. A interação no ambiente de aprendizagem depende do
diálogo e da importância de valorizar todos os tipos de saberes e também o
saber do outro. Assim, além de falar, o professor deve saber escutar os
estudantes, integrando as suas ideias e a sua cultura como componentes que
apoiam novos saberes.
A curiosidade,
despertada pelo docente, faz com que os alunos se sintam motivados para
aprender, contrapondo com a motivação baseada por recompensa com notas, com
alguma premiação ou castigo. “Nesta perspectiva, entende-se que conhecimentos
novos são aprendidos por reconstrução constante daqueles já anteriormente
construídos” (MORAES, 2007, p. 23), ou seja, para aprender algo novo precisa-se
manipular e interagir com algo já conhecido e transformá-lo, tornando-o mais
completo e amplo. Neste processo, o docente auxilia o estudante, que reflete e
auto-organiza seu pensamento para o novo conhecimento. Além de orientar o
estudante, o docente acaba formando um cidadão capaz de compreender, atuar e
melhorar o seu entorno na sociedade.
O Objeto de
Aprendizagem é um recurso inovador, capaz de transformar o ambiente escolar.
Este é um projeto complexo, e deve ser bem esquematizado, desenvolvido, com o
foco e os objetivos definidos, caso contrário será ineficaz. Ele pode inovar a
aula e auxiliar no desenvolvimento de diversas capacidades como a habilidade de
estabelecer estratégias, de testar hipóteses e o pensamento lógico.
Muitos avanços e
resultados positivos apontam benefícios advindos da utilização de recursos
tecnológicos na elaboração de recursos didáticos e no planejamento e aplicação
de metodologias diferenciadas. Ainda assim, em todos os níveis de ensino,
muitos professores se mostram resistentes a integrarem a tecnologia no
cotidiano da ação docente. Com os professores de matemática não é diferente. O
que muda no ensino quando se vai da sala de aula tradicional para um espaço com
computadores, como em um laboratório de informática? Bom, o pensar matemático
deve ser mantido, a interdisciplinaridade está mais próxima e também se tem a
facilidade de manipular, com softwares gratuitos ou com Objetos de Aprendizagem
escolhidos.
Segundo Zorzan,
com a tecnologia, a educação matemática tem mais sentido focando no “objetivo
de estimular a curiosidade, a imaginação, a comunicação, a construção de
diferentes caminhos para a resolução de problemas e o desenvolvimento das
capacidades: cognitiva, afetiva, moral e social” (2007, p. 88). Com a
tecnologia, “o saber matemático passa a constituir-se pelo mundo imaginário,
pelo uso da criatividade, pela experimentação e pela possibilidade de ensaios,
hipóteses e erros, deixando de ser uma ciência pronta, acabada e um saber
dogmatizado” (ZORZAN, p. 91). Quem sabe, assim, a matemática “deixe de ser
possível somente para gênios” e possa ser compreendida pelos estudantes como um
conhecimento natural. As tecnologias vêm para auxiliar o professor a atingir
esse objetivo pedagógico. Com esta compreensão e sentido, o professor pode ser
um mediador fazendo com que o grupo reflita, desenvolvendo o pensamento lógico,
e colaborando para a formação jovens críticos e capazes de fazer boas escolhas
para a sua vida e para a melhoria dos espaços que integram.
Concluindo, não
basta ter conhecimento e recursos didáticos, deve-se ter amor e
profissionalismo no que se faz diariamente na educação. Construir, dialogar e
utilizar recursos e metodologias variadas, que atendam aos propósitos da
aprendizagem, como se pensa propiciar com este Objeto de Aprendizagem,
concreto, por enquanto em pensamentos, são atitudes que colaboram para se ter
aulas mais dinâmicas e, algumas vezes, mais criativas, mas que devem ser,
especialmente, de construção de sentido e significados. A construção, ao invés
da pura exposição, amplia o universo de conhecimento não só do aluno, mas
também do professor.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MORAES, R. Aprender Ciências:
reconstruindo e ampliando saberes. In: GALIAZZI, M.C.; AUTH, M.; MORAES, R.; MANCUSO, R. (Org). Construção curricular em rede na
educação em ciências: uma proposta de pesquisa na sala de aula.
Ijuí: Unijuí, 2007.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
WILEY, D. The instructional use of learning objects. Disponível em <http://reusability.org/read/>. Acesso: fev, 2013.
ZORZAN, A. S. L. Ensino-aprendizagem: algumas tendências na educação matemática. Disponível em <http://www.sicoda.fw.uri.br/revistas/artigos/1_7_76.pdf>. Acesso: fev, 2013.
Parabéns pela criação do OA, eu li sua dissertação de mestrado e o artigo, Número complexo: um objeto de aprendizagem para ensinar e aprender. Estou muito interessado em aprender mais sobre a criação do OA.
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