A Matemática por si muitas vezes
é considerada um problema para os estudantes, pois para eles esta linguagem é
de difícil compreensão. Desde cedo as crianças começam a desenvolver a
linguagem, seja ela gestual, oral, entre outras. A sociedade impõe que as
crianças desenvolvam esta capacidade de atribuir significado aos objetos e
relacionar com as suas ações da realidade. Mas, por que será que a linguagem
matemática é tão difícil para alguns alunos?
Muitos jovens podem saber
resolver problemas de situações cotidianas, mas quando é solicitada a
utilização da matemática formal, os estudantes têm dificuldade de transpassar a
linguagem escrita para a linguagem matemática. Invés de o docente trabalhar com
as situações problemas, ele prefere trabalhar com a forma padrão da Matemática
complicando o entendimento do aluno. Segundo Polya (1978) existem quatro passos
para se resolver um problema: compreensão; estabelecimento de um plano de
resolução; execução desse plano; e retrospecto.
Alguns professores preferem
ignorar esta capacidade dos estudantes de resolver problemas do cotidiano e
parte para o ensino através da repetição. Ignorando essa capacidade dos jovens,
eles vão contra os PCN’s que dizem que a Matemática deve “proporcionar a
construção de estratégias, a comprovação e a justificativa de resultados” (p.
27), se percebe que a estratégia sugerida por Polya segue as ideias dos PCN’s.
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-829kOaUiX4zmdBJtsiqyK_AWmXmPlYQEpy9Jxu9Q4Zxj-ri-GLB8khXDqIf6V40s_vzd_Mp_ZC0pozmKN9naJy1zIofc3-4wquO-ndA3qVn_LQU0Zl9JIDALXB7Gf5nIMlXrf8FGlY_a/s1600/problemas.jpg
Por enquanto foram colocadas
várias situações que tratam de problemas, mas o que significa esta palavra? Uma
equação de 2º grau é um problema para um aluno da 8ª séria, mas provavelmente
para um estudante do 3º ano do Ensino Médio será facilmente resolvido. Este exemplo ilustra bem que um problema para
uma pessoa pode não ser para outra. Assim o “problema pode ser qualquer questão
que dê margem à hesitação ou à perplexidade para dificuldade de explicação ou
de resolução” (SOARES, PAVIANI, p. 85. 2012).
Acredita-se que o problema surgiu
para distinguir do significado de teorema que é algo possível de ser provado e
demonstrado, já o problema é algo que necessita da construção. Na escola, os
estudantes têm dificuldade de resolver um problema matemático, pois ao lê-lo o
jovem não consegue estabelecer nenhuma relação entre a língua portuguesa e a
linguagem matemática. Leffa (1996, p. 17) afirma que “ler é interagir com o
texto”, para interagir o estudante deve compreender e conhecer sobre o assunto,
assim ele será capaz de estabelecer estratégias para resolver os problemas.
Portanto, para a resolução de um
problema, o jovem deve compreender a situação proposta, pois somente assim ele
será capaz de reorganizar seus saberes. Essa reorganização ocorre quando o
aluno consegue estabelecer conexões entre o seu conhecimento prévio e a
linguagem a ser interpretada por ele. Somente através dessa reorganização
mental, os alunos se tornarão cidadãos críticos e capazes de resolverem
problemas da sua vida cotidiana.
Referências:
LEFFA, V. J. Aspectos
da leitura. Porto Alegre: Sagra-D. C. Luzzatto, 1996.
POLYA, G. A arte de
resolver problemas. Trad. e adap. De Heitor Lisboa de Araújo. Rio de
Janeiro: Interciência, 1978.
SOARES, Eliana Maria do Sacramento. PAVIANI, Neires Maria
Soldatelli. Pensar a educação:
história, filosofia e linguagens. Caxias do Sul: Educs, 2012.
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